
É o estudo do comportamentocênico pré-expressivo que se encontra na base dos diferentes gêneros, estilos e papéis, e das tradições pessoais ou coletivas. Em uma situação de representação organizada, a presença física e mental do ator/bailarino é modelada segundo princípios diferentes daqueles aplicados à vida cotidiana. Esta utilização extra-cotidiana do corpo-mente é aquilo que se chama técnica. As diferentes técnicas do ator/bailarino podem ser conscientes e codificadas ou ainda inconscientes mas implícitas no uso e na repetição de uma prática cênica. A análise transcultural mostra que é possível individualizar alguns ‘princípios que retornam’. Estes princípios, quando aplicados a alguns fatores fisiológicos como peso, equilíbrio, uso da coluna vertebral e dos olhos, produzem tensões físicas pré-expressivas. Trata-se de uma qualidade extra-cotidiana da energia que volta ao corpo cenicamente "decidido", "vivo", "crível"; deste modo a ‘presença’ do ator, consegue manter a atenção do espectador antes de transmitir qualquer mensagem. [...] A capacidade de concentrar-se sobre o nível pré-expressivo possibilita uma ampliação do conhecimento com consequências imediatas, tanto sobre o plano prático, profissional, quanto sobre o plano crítico e histórico do trabalho. O conhecimento dos princípios pré-expressivos que governam o bios cênico permite algo mais: aprender a aprender. [...] O trabalho do ator funde em um único perfil três aspectos diferentes correspondentes a três níveis de organização bem distinguíveis. [...]
3. O uso do corpo-mente segundo técnicas extra-cotidianas baseadas sobre ‘princípios que retornam’ transculturais. Estes ‘princípios que retornam’ constituem aquilo que a Antropologia Teatral define como campo da pré-expressividade.
[...] A Antropologia Teatral dirige sua atenção a este território empírico para traçar um caminho entre as diversas especializações disciplinares, técnicas e estéticas, que se ocupam da atuação. A Antropologia Teatral não pretende fundir, acumular ou catalogar as técnicas do ator e do bailarino. Busca o simples: a técnica das técnicas. [...]
Autor: Eugênio Barba
Fonte: A Tradição da ISTA [pág. 15-16] – Festival Internacional de Londrina [FILO/1994]
só quero falar que tá ótimo de ler o texto com essa configuração q tu destes.
ResponderExcluirSó to imaginando tu pensando "com um texto desses, vem o léo e fala mal do design..."
auhhauuhauhauha
ok ok
tah desculpado!