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quarta-feira, 5 de agosto de 2009
antropologia teatral?

terça-feira, 28 de julho de 2009
única vez [1]
Quando ele abriu os olhos, rapidamente fechou. Fechado é mais confortável. O silêncio ao redor não o tranqüilizava, só o deixava ainda mais
terça-feira, 21 de julho de 2009
poesia 1
segunda-feira, 13 de julho de 2009
relato
sexta-feira, 5 de junho de 2009
longínquos afagos
A sua mente já corroída pela doença o impede significativamente de buscar detalhes em sua memória. A culpa não é exclusividade da doença. O médico o medicava de forma errônea. Assim, as lesões maiores vieram em decorrência da negligencia. Era uma constante seus pais ensinarem coisas do cotidiano, fato comum a qualquer família, e do ponto de vista deles era o mais correto a ser feito. A partir deste instante que eles se dedicavam a cuidar do filho, pois ele não poderia fazê-lo sozinho, já incutiam regras sociais na tenra criatura. A mãe, por esquecimento, comum inclusive, não havia tomado seus medicamentos e a euforia, quase descontrolada invadiu sua boca.
- Chegou o dia da pré-escola meu filho!
O pai, que não fugia muito a regra.
- Eu, sua mãe e a escola, vamos socializa-lo querido!
Maldito dia este. Depois de todos estes anos grudado na “barra da saia”, debaixo das mãos e dos olhos do pai, o mínimo que poderia pensar, mesmo que intelectualmente impossível devido sua idade, era: - Isto é uma injustiça sem tamanho. Pobre de mim. Rodeado por algumas dúzias de crianças estranhas. Sabe deus o que elas podem fazer comigo caso aquela mulher, que me foi explicado posteriormente, e que minha mãe disse ser a professora, saísse de perto de mim.
A mãe sempre demorava para voltar e busca-lo, montada em uma bicicleta enorme. Mesmo que a cada dia fosse sempre a mesma quantidade de horas, demorava. - Do meu ponto de vista eram horas demais. Por que ela me deixava lá?
Em breves meses as coisas mudaram. Já não sentia mais a falta. Os amigos novos eram substancialmente mais interessantes. Inclusive mais do que os amigos/vizinhos. Talvez enjoado deles? Em uma das extremidades do imenso pátio de “pedra-brita” da pré-escola está o menino, e em outra extremidade, na cozinha, espiando por uma janela, uma das merendeiras conversando com a colega.
- É impressão ou aquele menino lá no pátio está passando mal?
- Urrando e se contorcendo daquele jeito, só pode estar.
De súbito, branca e ofegante, surge a professora na cozinha.
- Vocês viram aquele loirinho gordinho?
- Aquele?
- É, meu deus! Esqueci de dar o remédio.
sexta-feira, 1 de maio de 2009
construções
Se eu estou “fechado”, só posso criar algo “fechado” para meu trabalho. Mas se estou “aberto”, pode até existir, por opção, a possibilidade de eu criar algo “fechado”, mas existirá então, paralelamente, a possibilidade de criar elementos “abertos”. Ao criar algo para meu trabalho, não existe mal nenhum em utilizar uma técnica pronta, já estudada por alguém, desde que se tente absorver ao máximo e transpor para uma realidade própria. Acredito que é necessário utilizar características próprias, internas e verdadeiras, mesclar com a técnica que se optou por utilizar, e seguir em busca da organicidade, sem perder a identidade do seu trabalho. Mas como fazer com que o orgânico pareça natural no palco? Tarefa difícil! Busca constante! Yoshi Oida, defende, que é praticamente impossível. Entretanto, é essencial parecer. Quando estamos inseridos em um teatralidade que visa a grupalidade, é necessário estar aberto também aos comentários dos outros. Confiar na sugestão/observação do companheiro. Precisamos um do outro durante os treinos ou na busca da técnica apropriada para cada grupo. Só temos um ao outro, e é onde devemos nos agarrar para encontrar o caminho da “abertura orgânica”.
sexta-feira, 24 de abril de 2009
clown

A chave está naquilo que ele não sabe fazer, lá onde ele é fraco. É preciso aceitar-se e mostrar-se tal como se é. Uma criança que cresceu e que o senso comum não permite desvelar. Mas a cena permitirá, melhor do que a vida.
A menor máscara do mundo.
domingo, 19 de abril de 2009
ator e arte
O Teatro é a Arte do Ator
Vsevolod Meyerhold [discípulo de Stanislavski]
domingo, 22 de março de 2009
delírio

Infinitas portas se abrindo. A mesma quantidade se fechando. Os ruídos se tornavam cada vez mais intensos. Tão intensos que se apoderaram do meu pensamento. Dentro de mim, não paravam de abrir e fechar.
Coisas saiam.
Coisas entravam.
Enquanto meu cérebro se tornava aquoso, eu ordenava que os músculos do rosto relaxassem. A escuridão era grande e aumentava. Meus sentimentos faliram. Quando me dei conta, os olhos ardiam como a chama de um fósforo recém riscado.
O teto estralava, como se a tinta descolasse, sem surgir sequer uma rachadura. Os sons distantes dos carros que passavam na rua, a essa hora da noite, invadiam meus ouvidos sem me perturbar, mas sim, embalando-me num sono tranqüilo.
Talvez isso não passasse de um desejo muito íntimo. Só me resta aceitar o momento.sábado, 21 de março de 2009
palco/vida :: vida/palco

A ação (dramática) não pode ficar apenas no físico ou mental, mas na união dos dois. Cotidianamente agimos a todo instante, tudo é ação. Cenicamente falando, algo precisa se transformar. Não me interessa esta energia/movimento, se na cena ela for cotidiana. Pode até ser uma ação cotidiana, mas sua construção, antes de ir para a cena, deve ser feita a partir de estados físicos extra-cotidianos. E mesmo assim, posteriormente, enquanto espetáculo, não será cotidiano, pois o estado, o local e o momento por si só já são extra-cotidianos.
Como se dá então essa construção da ação? Quer seja sobre o companheiro ou um objeto, algo deve me mover, mesmo que não seja possível ver fisicamente, mas internamente algo me transforma antes de exteriorizar fisicamente a ação.
Yoshi Oida¹ diz que para aperfeiçoarmos uma ação, para que tenha um verdadeiro sentido, deve-se fragmentá-la. É preciso detalhá-la mais e mais, antes de chegar ao final da ação.
Na construção da ação é preciso perceber tudo que ocorre com nosso processo de criação. Observar detalhes que podem passar despercebidos, e que poderiam ser de grande importância. Fugir da previsibilidade é de suma importância, o ideal é se entregar aos estímulos e sensações, sem se preocupar, neste primeiro momento, com a forma. Procure o limite, mas quando encontrar, já não serve, pois é necessário rompê-lo para ir a diante. Não posso ter medo de abrir mão daquilo que já criei, é uma troca constante. As mudanças devem significar refinamento, mais sensibilidade.
O ator pode funcionar como uma seqüência de fotografias, porem, estas imagem que temos/vemos devem estar em constante estado de transformação para se encaixar na próxima imagem, e esta, na seguinte.
¹ Yoshi Oida. Um Ator Errante, BECA, 1999, São Paulo.
quinta-feira, 19 de março de 2009
estou agindo?
Estar aberto para receber as informações externas e transmutá-las a nosso favor, é de extrema importância, em especial aos que pretendem dedicar-se ao fazer teatral. É importante perceber que em alguns momentos é necessário nos “desligarmos” para realizar um trabalho e uma observação interna mais apurada. Um trabalho sobre si.
links
recomendo
- http://www.ciacarona.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=129&Itemid=98
- http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u25609.shtml
- http://www.sescsp.org.br/sesc/revistas/revistas_link.cfm?Edicao_Id=338&Artigo_ID=5239&IDCategoria=6005&reftype=2
- http://www.sescsp.org.br/sesc/revistas/revistas_link.cfm?Edicao_Id=332&Artigo_ID=5164&IDCategoria=5922&reftype=2
- jam.b
- “A página que no início era branca, agora está cruzada de alto a baixo por minúsculos sinais negros, as letras, as palavras, as vírgulas, os pontos de exclamação... Contudo, há uma espécie de inquietação no espírito, há essa vontade de vomitar muito próxima da náusea, há uma oscilação que me faz hesitar em escrever... ” [Jean Genet]